![]() ANISTIA: UM ERRO QUE NASCE DE MUITOS ERROS
Para falar de anistia, prefiro catar e rebuscar a história universal. Cristãos - católicos e protestantes - matavam-se uns aos outros por causa de suas pseudo interpretações acerca das leis de Deus. Ainda hoje, um dos dois lados - secularmente polarizados - aponta, em imagens de jornais, de revistas ou televisivas, o argueiro que vê nos olhos do outro. Quer dizer: vale-se da nova imagem para criticar a velha imagem; remontam ou fantasiam a antiga praxe dos invasores, que destruíam os monumentos históricos que significassem valores culturais e costumes dos habitantes da cidade invadida. Por exemplo: estátuas, pinturas, gravuras ou qualquer outro símbolo elaborado por artistas, em especial os da Idade Média, para ilustrar ou materializar valores concebidos por grupos artísticos e/ou intelectualizados da sociedade, eram extirpados em nome de Deus. Tudo era rechaçado e destruído com o fito de se impor a adoção dos valores e costumes dos invasores. Esse proceder, até em forma de adoração, era uma justificativa para perseguir e eliminar o adversário, sempre em nome de uma divindade suprema. Os que matavam com essa intenção não eram julgados ou condenados pelos senhores das leis, porque, segundo a interpretação corrente, Deus os anistiava. Subterfúgio para proteger os assassinos. Deus anistia assassinos?... E onde ficaria o "Não matar"?... No Oriente Médio, sunitas e xiitas há décadas se digladiam, menos por disputas regionais, mais por divergências religiosas, embora tenham Alá como único deus, aquele que anistia a violência: física, psicológica, moral, sexual, econômica, social e belicosa (fundamentada em traumas passados que se repetem). No Brasil não é diferente. Pastores levam seus fiéis às ruas para ouvirem os seus sermões de ódio contra a democracia e de apoio a um golpe de estado, deixando evidente os seus pendores pelo regime ditatorial que eliminou muitos de nossos irmãos no século passado. E gritam por anistia aos golpistas de 08/01/2023 pregando falsidades, com o argumento burlesco e ridículo de que os depredadores eram, em maioria, velhinhas que pediam a ditadura com a bíblia na mão. Ah, que o nosso Deus nos salve e salve este século das tantas ditaduras que o nosso país viveu no século passado! Se depender de mim, que vivi as agruras da maior de todas elas, ANISTIA, NÃO!
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 06/05/2025
Alterado em 06/05/2025 Comentários
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